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Estratégia Omni-channel orienta decisões por aquisições no varejo norte-americano

21/06/2017

Por Ricardo Pastore

As aquisições recém anunciadas do Whole Foods pela Amazon e da Bonobos pelo Walmart mostram a mesma estratégia, apesar de se situarem em extremos diferentes.

A Amazon, empresa líder global em e-commerce e futura maior empresa do mundo, decide adquirir a inovadora rede de supermercados especializada em alimentação saudável Whole Food, em um claro movimento estratégico justificado pela essência do conceito omni-channel. Esse conceito prega a existência de um único modelo de negócio varejista formado por lojas físicas e digitais que se apresentam como uma única proposta de valor diante do consumidor.

Apesar de gigante, a Amazon não tinha nada significativo em termos de lojas físicas e escolhe o Whole Foods por atingir um público digital friendly, com maior nível cultural e financeiro, se comparado às demais redes TOP 10 do varejo dos EUA. Mas por quê a Amazon precisa de uma rede de lojas físicas? Não faria sentido essa bilionária aquisição sem planos de transformação digital inclusos. O que deve acontecer é a implementação do modelo Amazon Go nas lojas - agora - de sua própria rede. Amazon Go é pura inovação disruptiva por abolir filas em checkouts. Portanto quando começar a operar em larga escala, vai atrair outras redes interessadas em utilizar a mesma tecnologia.

O caso do Walmart sugere a mesma estratégia, ou seja, a busca por um modelo estratégico baseado em varejo omni-channel, porém aqui o caminho é o oposto. Enquanto a Amazon necessita de lojas físicas, o Walmart precisa comprar varejistas online e foi o que fez ao adquirir Bonobos, também inovadora varejista online fundada por ex-alunos de Stanford Business School. A atual maior empresa do mundo vê sua posição ameaçada há tempos pela Amazon, que cresce em media cinco vezes mais ao ano e é um dos símbolos da revolução digital que vivemos. O Walmart deseja preservar a sua posição, mas sabe que para isso, terá que adotar uma nova estratégia baseada em lojas físicas e digitais integradas em uma mesma estratégica de varejo omni-channel.

Essas são provas vivas de que o varejo não será mais como conhecemos, pois os seus protagonistas começam a se mexer em movimentos que impactarão todo o mercado.


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